quarta-feira, 25 de abril de 2012

Lei da Vida.

Vou cair pela milésima vez e levar tapas, empurrões, baldes de água fria... vou chorar me lamentando como se não conseguisse mais aguentar e tivesse saturada da minha própria vida. Vou xingar e me esconder, sentir medo, fazer corpo mole... eu sei que vai doer e vou ter feridas que deixam marcas pelo corpo todo e talvez, por mais que cuide delas, eu sei que algumas ainda vão latejar com o tempo, quando o vento soprar forte demais pra evitar o passo em falso e não cair do abismo, não tropeçar em direção ao chão. No entanto, eu sou a única responsável pelos meus abismos. Se fui parar no topo, derramando suor ou sorrindo aos quatro cantos, não importa, fui por que quis, por que me deixei levar e caminhei pé após pé, subindo sem pensar que tem sempre uma nova queda se insinuando pra gente, pro amigo do lado ou pro falso mente fraca. E essa queda uma hora vai atingir a gente. Eu, tu, ele ou nós. Ah, e como vai! Eu sei que vai, não importa o quanto a gente tenha checado os paraquedas, ou o quanto você tenha se preparado pra segurar uma árvore próxima e não se deixar cair, você vai cair...antes de mim ou talvez consiga ficar firme por mais tempo, mas uma hora cai. Ouça e repita: você vai cair como eu caí, como vou cair, como é inevitável que a gente permaneça firme a vida inteira. E não pense que digo isso pra te assustar -o que não preciso fazer já que  a vida por si grita os perigos pra gente a cada segundo por mais calmo que tudo esteja-... digo, pra que tomes coragem e crie forças desde já, pra saiba que vai doer e vai ser difícil, que vale chorar e até fazer drama, exagerar mesmo por que cada um tem seu jeito de reagir às dores, as perdas... mas tu tem que manter o teu equilíbrio e levantar, pé após pé exatamente como fez pra chegar no topo, limpar as mãos e olhar ao redor pronto pra embarcar rumo a um novo abismo.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

vintedoquatro

Faltam quinze minutos pra meia noite e enquanto eu digito sem propósito traçado, uma musica cheia de lembranças toca baixinho. Meu coração tá fora de compasso e pra variar, minha cabeça não passa de uma bagunça. Amanhã, ou mais tarde como preferir, o dia vai ser perfeitamente normal e eu vou seguir a minha rotina como faço todos os dias, eu vou pra faculdade e depois ao trabalho, conviver com as mesmas 'pessoas desconhecidas' que vejo todos os dias, e vou rir e brincar da mesma forma... por que o dia não é especial o suficiente pra comemorações... não pra mim. A questão é que tudo que eu mais queria nesse 'dia normal', era poder ter a companhia do meu violão pra tocar e compor musicas sozinha na praia até anoitecer e então quando tiver tarde o suficiente, eu talvez me sinta a vontade pra voltar pra casa. Esse era meu plano, o mais simples e solitário possível e sequer vou poder faze-lo. Isso, isso me inquieta, me irrita, me descontenta. Agora queria pular essa sexta, ir direto ao sabado, ao domingo e ao restante da minha vida como se esse dia não existisse, como se ele não me causasse tantas lembranças, tanta saudade, tanto rancor. Parece impossível. É impossível. Então me resta erguer a cabeça e fingir que não tem um vazio enorme formado de ausências sufocando o lado esquerdo do meu peito. Fingir que terei um bom dia.

No entanto, eu sou a única responsável pelos meus abismos.

"A pior parte de se permitir sonhar é que a certa altura, os teus pés saem do chão e ao menor e mais despretencioso tapa de realidade, tu despenca forte do abismo de expectativas que tu acabou criando quando pensou conseguir fazer com que a própria vida desse certo."

domingo, 8 de abril de 2012

roborzinho.

O coração estava inquieto desde que acordou e aquela velha sensação de ansiedade dominava os pensamentos, o olhar, o mundo ao redor. Já era noite quando ao sentar-se no sofá observando a quietude de casa, ela resolveu revirar a própria bolha de ar que lhe separa da inutilidade de todo o resto e desafiar a quem quer que cruzasse o seu caminho. Foi então que jogou uma frase e mostrou um caminho. Bombardeio de intolerância pra cima de si.