quinta-feira, 19 de abril de 2012

vintedoquatro

Faltam quinze minutos pra meia noite e enquanto eu digito sem propósito traçado, uma musica cheia de lembranças toca baixinho. Meu coração tá fora de compasso e pra variar, minha cabeça não passa de uma bagunça. Amanhã, ou mais tarde como preferir, o dia vai ser perfeitamente normal e eu vou seguir a minha rotina como faço todos os dias, eu vou pra faculdade e depois ao trabalho, conviver com as mesmas 'pessoas desconhecidas' que vejo todos os dias, e vou rir e brincar da mesma forma... por que o dia não é especial o suficiente pra comemorações... não pra mim. A questão é que tudo que eu mais queria nesse 'dia normal', era poder ter a companhia do meu violão pra tocar e compor musicas sozinha na praia até anoitecer e então quando tiver tarde o suficiente, eu talvez me sinta a vontade pra voltar pra casa. Esse era meu plano, o mais simples e solitário possível e sequer vou poder faze-lo. Isso, isso me inquieta, me irrita, me descontenta. Agora queria pular essa sexta, ir direto ao sabado, ao domingo e ao restante da minha vida como se esse dia não existisse, como se ele não me causasse tantas lembranças, tanta saudade, tanto rancor. Parece impossível. É impossível. Então me resta erguer a cabeça e fingir que não tem um vazio enorme formado de ausências sufocando o lado esquerdo do meu peito. Fingir que terei um bom dia.

2 comentários:

Mary disse...

Sinto isso direto!
Tudo o que queria era uma praia, com o violão...
Adorei!
Beijooos

Elania Costa disse...

Datas...
Datas, elas não são tão especiais assim, mas quando sabemos "demais" ,elas parecem ocupar tanto espaço.
E, a gente deveria ter essas viagens no tempo,e pular, quando quisesse.