segunda-feira, 12 de março de 2012

Você foi a decepção mais hilária da minha vida, obrigada.

Agora, o velho nó na garganta me vinha como uma daquelas gargalhadas que eu tentava conter mesmo sem exito pra que minha felicidade não incomodasse a absolutamente ninguém. Um riso frouxo que começava discreto pelo canto da minha boca ia crescendo de tal forma, com tal força, que atingia fácil os meus olhos, a minha cabeça e o meu mundo geralmente cinza, presenteando-o com tons fortes que mesmo sem combinarem uns com os outros, eram suficientes dar um pouco de vida àquela paisagem de chuva constante e céu cinza escuro. Mas o que eu realmente sentia se distinguia fácil das crises de riso e da aparente postura de felicidade plena. Tinha em mim também uma porção de vontade de vingança, de fazer cada detalhe tomar uma intensidade tão forte que pudesse ser lembrado mesmo depois de vários anos, pra que eu sempre pudesse sorrir da mesma forma e os mesmos erros nunca voltassem a ser cometidos. Ao meu lado direito, logo acima do meu ombro, um anjinho gritava estérico aos pulos, esperneando e se debatendo pra tentar se fazer ouvir ou ganhar atenção antes que fosse tarde. Ele dizia que sou superior, que não preciso entrar nesse jogo de derrubar as pessoas que mais se importam pra ensinar e mostrar a ninguém que nada do que tentem vai me derrubar outra vez. Do lado esquerdo, o diabinho deitado sobre meu ombro, apenas observava silencioso como se lesse e concordasse com cada pensamento meu: "Mas eu queria ver. Ver como é, entende? Ver como eu pude me enganar tanto com alguém. Conhecer a estratégia e ter todos os argumentos do mundo pra não me enganar outra vez...com ninguém." Sorrimos um para o outro, peguei o anjinho e guardei no bolso. Ele poderia ser útil outra hora... agora não.

"E quanto a me derrubar, adoraria ver sua tentativa."
(Chuck Bass)




Um comentário:

Anônimo disse...

Menina, me apaixonei pelo seu texto! Você escreve muito bem. Parabéns!